O baú das memórias

19:35


Abri o meu baú de fotografias e recordações. E agora vejo, vejo realmente que o tempo voa e as pessoas - como eu - nem dão pelo tempo passar. É triste, mas verdade. Ou melhor, a realidade. Vejo as fotos tão antigas como eu. Vejo que passou uma eternidade desde que eu era normal. Acho que essa grande mudança teve grande parte a ver com a morte do meu pai. Sim, ele morreu quando eu tinha seis anos, a minha irmã tinha quatro. Vejo fotografias dele e ainda choro, choro até à madrugada do dia seguinte. O meu pai era a minha vida, a minha razão de felicidade, e ainda é, tal como a minha mãe. Nem imagino o que ela passou. Ainda tenho o cd que lhe pertencia  dos evanescence, tenho-o agora na mão. Uma imagem que nunca me saiu da cabeça foi eu estar ao cólo da minha madrinha a chorar tanto naquele dia horrível. Ainda me lembro das cores das cadeiras onde todos nós estávamos sentados. É que, sabem, o meu pai era um anjo de pessoa, tinha uma personalidade muito boa, ajudava toda a gente, tinha um coração de ouro, maior que todos os universos, fazia-nos felizes. Mas isso acabou e eu ainda sinto que é uma injustiça ele ter ido embora. Quer dizer, eu não desejo a morte a ninguém, mas há muitas pessoas más no mundo inteiro que secalhar mereciam, mas o pai não. Ele era um anjo, que ainda olha por mim, para as minhas decisões, para o meu coração e ajuda-me. Todos os dias falo com ele. Ainda o amo, e nunca vou deixar de o fazer. Amo-te pai e sei que estás a olhar por mim aí em cima. Continuas a ser a minha figura paterna que eu tanto preciso. Fica bem. Eu daria tudo, até a minha vida para ele viver outra vez. E agora vou limpar as lágrimas que me caiem pelos olhos para o papel da secretária. Amo-te muito, papá.

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