Horizonte no meio da noite

19:41


Olho para o céu à procura de inspiração, ou talvez de um pouco de paz. O fim da tarde parece infinito, e ao mesmo tempo pequeno para tanta calmaria. Tento decifrar os desenhos por entre as nuvens já aglomeradas, mas tudo que encontro é uma forma de poesia traduzida num simples momento de união entre toda força que há ali. As cores do dia se tornam vívidas, e isso deixa-me contente. Olhar para o redor e imaginar onde está o horizonte é complexo demais, então contento-me em apenas desligar-me de tudo, e sentir o vento leve que sopra na minha cara. Não há um tempo determinado para isso. Não há tempo para quem quer a felicidade nas coisas simples. Não há horas exactas, momentos oportunos. Basta sentir, ver, amar. O vento tem mais valor agora. O sol, mesmo por por de trás de tantas nuvens, brilha como se fosse a sua última vez. O verde das pastagens adquiriu um poder de hipnose sobre o meu subconsciente. Tudo é claro, é infinito, é amor. E enquanto tento repassar para o papel os sentimentos que minha alma não me deixa transparecer, o dia se vai. Quando me dou conta, já é noite, e os raios do sol já não iluminam mais aquele dia de paz. A noite traz consigo os mistérios que eu não quero desvendar. Surge questionando-me o motivo pelo qual eu a ignoro, mas eu não sei ao certo a resposta. Talvez seja porque o dia tem mais flores, encantos e sons. De dia há mais harmonia, tranquilidade e clareza. E se mais alguém me perguntar, eu não hesito. Sim, eu sou do dia, apesar de gostar da noite, e de toda a inspiração que o horizonte – que eu ainda não descobri – me dá.

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