Hoje acordei a pensar em ti. Dormi mal. Talvez tenha sido uma simples coincidência. Talvez não. Algum dia vais voltar? Há séculos que faço essa pergunta a mim mesma, mas não consigo arranjar resposta para ela. O meu coração tem saudades tuas, mas a minha mente nunca mais te quer voltar a ver. E eu não sei qual deles tem razão. Talvez seja possÃvel dividir os dois elementos em metade. Talvez eu te queria ver. Uma parte de mim anseia para que esse dia chegue. Se alguma vez chegar. Mas, depois, há uma pequena parte de mim, a realista, que me diz que eu nunca mais te vou voltar a ver. Uma pequena percentagem de mim, um pequenÃssimo elemento, não deixa a esperança morrer. Mas a pergunta sem resposta consome-me. Consome-me viva. Como era bom que ela tivesse resposta. E se tiver, porque é que eu não a encontro? Talvez esteja cega demais, talvez me tenha enganado a mim própria, levando-me a acreditar em coisas inválidas, que nunca irão acontecer. Talvez esteja a viver numa grande ilusão, que já se encontra num labirinto, e eu não consigo encontrar a saÃda. A saÃda pode estar mesmo à vista, mas a ilusão não me deixa encontrá-la. Mesmo que ela esteja à frente dos meus olhos. Talvez. Só sei que vou acordar todos os dias a pensar se é hoje que eu te vou ver. Só sei que vou esperar, pensando para mim própria, "alguma vez me virei livre deste labirinto? Alguma vez me virei livre desta ilusão?"
Ao som da música, sento-me e escrevo. E agora o pensamento "porque é que escrevo aqui?" ocorre-me na cabeça. Ao principio, a pergunta não me parece ter resposta. Mas depois de pensar um pouco mais "fundo", cheguei a uma conclusão. Acho que todos nós, ou pelo menos uma grande parte, apesar de não o querer admitir, colocamos os nossos textos aqui porque não existe ninguém que nos ouve. Será? Parece-me ser a resposta mais "óbvia", e a que faz mais sentido. E depois deparo-me com outra coisa. A razão ou as razões pelo facto de não existir alguém com qual podemos desabafar é por termos falta de capacidade de confiar. Será? Eu admito que já estive muito perto de perder a sensibilidade total de conseguir confiar em alguém por diversas razões. A maioria foi porque essas pessoas já se foram embora, e eu tenho medo de voltar a acontecer. Quer dizer, é o mais provável. Mas são coisas que nós, como seres humanos, não podemos evitar. Não temos lá ninguém que nos avisa que essa pessoa nos vai magoar. As expectativas são muito altas. Talvez demasiado altas. E quando essas pessoas se vão embora, sentimos-nos a sufocar. E coisas do género "será que isto vai acontecer outra vez comigo?", "será que outra pessoa é capaz de me magoar assim outra vez?", "vou conseguir voltar a confiar outra vez?". Bem.. talvez não. Pelo menos, não tão facilmente. E depois deparo-me com uma outra conclusão. Por experiências de vida, descobri que a capacidade de confiar em alguém, especialmente quando é com alguém novo, torna-se cada vez mais difÃcil. E um último pensamento fica feito prisioneiro na minha mente "será que vou chegar a um determinado ponto da minha vida em que a confiança é limitada?". Não sei a resposta, mas acho que também não quero descobrir.
Hoje, nesta solitária segunda-feira sinto um vazio. Um enorme vazio. É um sentimento que nem eu própria o consigo descrever, por isso nem sequer espero que o entendam. Escrevo isto porque o que está dentro de mim, tem de sair. Sinto-me fraca, envergonhada. Não me sinto suficiente. E tu provaste isso, deixando-me sozinha no escuro. Parte-me por dentro saber que já arranjaste outra pessoa, sabendo que eu ainda estou a tentar esquecer-te. Ver-te corta-me como uma faca. Sempre que posso, evito o teu nome. Esforço-me para não te ver, pois cada vez que te vejo, estás feliz e sorridente; enquanto que eu... nem por isso. Muito pelo contrário. Pronto... o que é que posso dizer? Como é que é possÃvel esquecer alguém que foi tão importante para nós? Que esteve sempre lá para nós? Que nos ajudou a superar os maiores obstáculos? Sinto-me que vou morrer quando penso que nunca mais vais cá estar. Custa-me saber a realidade: o que se passou entre nós, nunca mais vai voltar. Nunca. Custa-me não ouvir a tua voz, sentir-te, cheirar-te, abraçar-te. Custa-me mesmo muito. Eu sei que não posso simplesmente andar por aà a chorar pelos cantos, mas também não vou começar a abraçar e agarrar rapazes porque eles só me iam lembrar de ti. Custa saber que isto foi tudo um jogo para ti. E mata-me saber que tu realmente nunca quiseste saber de mim ou de nada. Custa.
Meu Deus! O meu último post data muito tempo: Agosto! Está tudo tão diferente, mas, ao mesmo tempo, tudo tão familiar. Primeiro, depois de me acalmar, quero pedir imensas desculpas por não ter aproveitado a confiança que todos vocês depositaram em mim, por não escrevendo. Sinto-me bastante mal quanto a isso. Segundo, a minha vida está um caos. Um enorme caos. Nada de preocupante, mas continua a ser um... caos. Bom, estava a ponderar a hipótese de "voltar" para o meu blog, para o sitio onde, muito sinceramente, acho que pertenço. É a minha segunda casa, e não, nunca me esqueci dela, quanto mais de vocês. Foi muito bom ver que alguns de vocês continuam por aqui, mas é com muita pena minha, e muito sinceramente, fico bastante triste por saber que muitos se foram "embora". Espero que se apercebam do "erro" que cometeram, tal como eu. Felizmente reparei que estava incompleta, e resolvi passar por aqui e tive logo vontade de escrever. Uma vontade um pouco... estranha. Mas pronto, avançando, espero que os que foram, voltem; e o que ainda estão por aqui, não vão a lado nenhum. Por favor, fiquem, porque este é o vosso lar. O nosso lar. É bom estar de volta.